segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pareciam que as coisas iriam mudar. Ele acabou com ela uma semana depois de eu ter falado para ele o que estava acontecendo comigo. Quando eu soube, não cabia em mim o sorriso que carregava no rosto. Engano. É, engano. Eles voltaram. Eu não sabia como as coisas estavam andando, ninguém se manifestou - uma coisa óbvia, mas que eu, idiota, estava esperando acontecer. Só soube quando fui vê-lo, e de repente ele chegou... Com ela. Isso não mudaria muita coisa, se ela não estivesse de braço dado a ele.
Aquilo foi tão, tão horrível. Foi como se uma bomba explodisse diante de mim e eu não tinha o que fazer. Dei meia volta e fui para o outro lado da sala. Eu tive de me segurar muito, as lágrimas estavam começando a ficar incontroláveis. Eles estavam bem, e sorrindo, e ele me olhava como se eu também deveria estar. Estávamos no mesmo ambiente, na mesma sala, tive que sair dali, fui lá para fora. Precisava respirar, respirar muito fundo. Não estava me importando se isso ficaria muito claro ou não, eu só estava querendo correr para bem longe, desaparecer, ser invisível por alguns momentos, para poder desabar e chorar, sem que ninguém visse.
Mas era impossível, estava rodeada por amigas, por eles.
Sentia como se estivesse no lugar errado, ou pelo menos estava ali na hora errada. E eu não podia sair dali de repente, tive que aguentar por mais uma hora toda aquela situação; uma hora que pareceu a eternidade mais difícil de suportar. Depois dessa hora, eu só queria ir para casa, deitar e desabafar com o teto, lágrimas que não deveriam estar saindo, coisas que eu não deveria estar sentindo. Não mesmo.
Eu me perguntei muito sobre o que eu estava esperando. E me perguntei muito, o que ele, depois de me falar que não havia paixão entre eles, estava fazendo com ele mesmo. E talvez, comigo também.
Como algumas pessoas se contentam em viver sem sentimentos?
Que eu saiba, afinidades não são sentimentos; não para um relacionamento como aquele. Ou sim; é difícil acreditar que uma pessoa como ela pudesse ter algum sentimento pelos outros, que não fosse desprezo, por achar que todos à volta dela estariam com inveja por ela dançar ballet tão bem.
Desculpa, mas minha vida não é assim, ballet é sua cara, minha cara é a música, um violão e um acústico, simplesmente. Coisa que você não gosta. Mas sabe, você deveria, pois seria uma afinidade a mais para contar entre vocês, e como só tens isso deve fazer muita diferença.
Talvez eu esteja com muita inveja dela para conseguir escrever isso tudo sobre a mesma, ou talvez eu só esteja desejando, com todas as forças do destino, que você se dê muito bem com seu ballet, e saia da minha vida logo.
E no fim, eu nem sei aonde queria chegar. Eu só precisava contar para alguém o que eu estava sentindo naquele momento, e que guardei até hoje. Coisas que são difíceis de relatar, sentimentos tão difíceis de compreender e que machucam ao serem revividos.

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