"Era tarde ou
cedo demais, mas agora, nunca mais saberemos.
Então, porque
todo esse mártir?
Queria apenas entender essas coisas...
Essa estranha sensação de culpa por estar onde está;
Ou então, aquela sensação completamente estranha a si mesma;
Aquela sensação
de não reconhecer a si mesma, de tremer por inteiro, dos pés à cabeça, num
calor de 40°C;
De esquecer como se respira, esquecer a letra da música e ter de reaprender a tocar;
De esquecer as palavras ou de falar coisas sem nexo;
E aquela
sensação de ter feito a coisa certa na hora errada...
Ou a coisa errada, na
hora errada...
É errado? Foi errado?
E essas entranhas vontades que fazem querer errar novamente?
E aquela sensação
de “nunca mais farei” que se afoga no meio daquele verde mar profundo?!
A estranha sensação de escrever, escrever, escrever, como se fosse mudar alguma
coisa, que reaparece cada novo ‘escrever’?!
[...]"